Não sei se a influência do
alinhamento dos astros, ou da lua cheia, do céu mais estrelado que já tinham
visto, da praia deserta que acharam (aquela faixa de areia que ficava entre o mar
e o maceió enquanto a maré ia secando), se a fusão de todos esses fatores
(provavelmente) com a energia que eles
compartilhavam entre si que construiu uma cena digna de um sonho, que de tão
perfeito ainda não tinha sido sonhado quando eles tiveram a sorte de vivê-lo.
Após o dia acampando resolveram
pegar o vinho e ir a praia contemplar a saída da lua cheia e aquele local da
praia onde o rio e o mar se encontravam era perfeito para tal situação. E ali
sozinhos com toda a liberdade que podiam imaginar despiram seus corpos e almas
para entregarem-se um ao outro onde pouco antes o mar e o rio o fizeram, e com
a mesma intensidade de um fenômeno da natureza se jogaram no momento.
Entre os goles de vinho e a
conversa, a saída da lua os calou por um momento, de tão perto parecia que a
lua saía de dentro do mar como um farol para ilumina-los. E se ele tivesse o
dom, pintaria a mais bela cena já vista por um ser humano, deitado sobre o
corpo dela viu a lua sair por entre suas pernas, como se ela a parisse. Como
não tinha o dom gravou em sua memória a tela que qualquer pintor sonharia em
pintar. E sem conseguir mais controlar toda a força que os atraia um ao outro
deleitram-se dos seus corpos. Não sentiam a areia, ou o frio...a chama que
ardia em seus corpos e almas era o suficiente para não sentirem os contratempos
que poderiam ter surgido. E sem medo com tamanho prazer gritavam e gemiam sem
pudor. O que importava naquele momento era o prazer um do outro que se
completava perfeitamente, seus corpos em tamanha sintonia pareciam ter sido
feitos um pro outro sob medida. Foram para contemplar a lua e agora a lua que
os contemplava nesse ato sublime.
Mesmo quando trocaram o cenário
paradisíaco pela barraca a energia de seus corpos os impelia a não parar um segundo
de se encaixar e reiventar. Declararam seus desejos um ao outro e assim construíram
uma noite que nunca haviam sonhado existir, mas que acreditavam por tê-la
vivido!
Consumaram assim uma noite
inesquecível, merecedora de ser cantada, escrita e registrada, mas que ainda
assim não seria perfeitamente representada como foi vivida. Um desses raros
momentos eternos. Eterno não por não ter fim, mas porque seria impossível
esquecê-lo e sempre que lembrassem sentiriam todas as sensações indescritíveis
como se voltassem no tempo!
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