domingo, 29 de setembro de 2013

Como?

Quanta podridão, hipocrisia, lixo
Sociedade fétida, escrota
Mundo absoluto nas certezas erradas

Como ser feliz em uma sociedade como essa?
Que não permite as pessoas se amarem
Que tolhe os desejos íntimos e prazeres
Que não nos permite completar a felicidade?

Impondo padrões absurdos e construindo identidades
Cuspindo suas verdades, quantas maldades!
Matando possibilidades, enterrando felicidades!

Mundo de pessoas individualistas sem individualidades respeitadas!
Triste viver nesse esgoto que nos mata a cada dia
Que nos traz alegria quando temos um pouco menos de tristeza!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Procurando

De tão simples e sincero,
De tanto valor e consideração,
Que ele oferecia aos que se aproximavam,
Acabava na mesma agonia!
Sangrava o coração, choravam os olhos,
Ele carregava uma imensa esperança,
De uma lembrança não vivida, 
De ter retribuída a amizade e o amor,
Que tanto oferecia! 

Sofreu, chorou, engoliu
Pensou, suou, reclamou,
Viveu, sonhou, iludido foi,
Buscou e não desistiu!

Hoje carrega a dor, 
E amanha a alegria, 
Supera a amargura, 
Em busca do que queria! 

Não vale a pena desistir, 
Da oportunidade, 
Não vale a pena deixar ir,
A possibilidade de sorrir, 

Não deixa, por favor
Suplica, tentando convencer,
De que o amor,
Vale todo esse sofrer!

E só nas oportunidades apostando,
Ele vai poder achar,
O que está procurando! 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Do(i)s amores que se vão

O bom filho à casa torna. “Esse poderia ser seu slogan” falei ao compadre Rodrigo. Sim, quer slogan melhor para um bar? Ali, onde volto toda vez que se vai a paixão e um amor. Não só eu, mas também meus companheiros que se fazem presentes quase todos na mesma situação. Em busca do gole da salvação, do prazer do ultimo beijo que o álcool ajuda a conservar por um tempo, atrás de um trago que relembre o fogo da paixão que apagou. Cheguei tarde da noite, ali onde de tantos me despedi, era mais um dia infeliz. Não tinha mais nenhum desolado, só o próprio Rodrigo que abre todos os dias, já que todos os dias os amores se vão e aí a freguesia é garantida. “Boa noite compadre, traga aquela gelada e uma dose daquela cana!”; “Já ta na mão. Fazia tempo que não lhe via por aqui, andavas feliz demais, não é? E hoje chegou com vontade, pelo jeito a noite é longa” “É sim meu caro amigo, e como todo bom sonhador, hoje, acordei de mais um sonho. Uma vida seria pouco pra sofrer o que tenho aqui comigo”. Copo cheio, cerveja "véu de noiva", que lembrava a que tinha partido, aquele primeiro copo que desce como se fosse o ultimo prazer da vida. Em seguida a dose da cana, pra rasgar e lembrar o sofrimento que afligia a alma, mesmo que de tanto tomar e natural parecesse ela servia pra lembrar a alma, porque o corpo já calejado não refletia mais seu efeito instantâneo. Enche o copo de novo "traga outra dose, aliás, a garrafa pode ficar na mesa"; "É pra já". Ali naquele lugar onde todos os desiludidos desaguavam, naquela noite de lua cheia só eu me encontrava, lua que iluminou tanto tempo de amor e que hoje é a lanterna da minha solidão naquele fim de estrada. Noite fria e a cachaça não conseguia aquecê-la. “Mas conte aí meu amigo, qual causo dessa vez?” “Dessa vez eu aproveitei tudo compadre. Todos os minutos que foram vividos e que são indescritíveis. E isso é que me afundou mais ainda, porque vivendo tanto não queria morrer tão cedo. É uma verdade, descobri. Quanto mais se vive menos se quer morrer!” Outro gole na cerveja, outra dose desce. “Ah meu amigo! Nessa vida não se morre por amor, mas sem ele não se vive também.” Outro gole na cerveja. “É companheiro, tu hoje ta nos teus piores dias”. "Sim, Rodrigo, nos piores porque os melhores acabaram de passar", outra dose se vai. E é isso, poderia ter virado noites a fio filosofando ou chorando, quem sabe?! De tão mal nem o repertório tão aconchegante do bar que nunca mudara e era perfeito pras situações que ali se viviam eu escutara. Perder um amor tão aproveitado e um que acabara de nascer por um ser que nem nascido havia, não dava para imaginar o quão profundo poço pode ser. Depois de uma garrafa de cana e algumas cervejas, meio embriagado sabia que um pouco mais de vida eu conseguira e assim atravessei a rua para chegar à parada de ônibus, porque em casa não poderia. Não lembro muito mais e tentar detalhar é impossível. De repente acordo num calor que o inferno invejaria. Levantei do banco em que dormia, passei a catraca, bom dia cobrador, exalava aquele cheiro tão conhecido do álcool saindo do meu corpo. Todos me olharam, me julgaram e ninguém ali poderia entender o quanto eu sofria e ainda assim julgavam. Dei o sinal para descer e incomodar menos os que me rodeavam, esbarrei em algumas pessoas porque o corpo não respondia completamente às ordens. Desci, “obrigado motorista”. Sentei na calçada sem acreditar no que vivia. Chorei.

domingo, 22 de setembro de 2013

Ganhou importância dia a dia
Até que o todo cativou
Tornou-se especial
Pois trazia
Uma turbulenta energia
Sem igual
Ela significava mais..
Um sorriso certo..
Um lado descoberto..
E no turbilhão de sua vida
Suada e escancarada
Trazia-lhe paz
Que todos buscam
E esperança fez brotar
E sempre a renovava
Bastava a ele aquele olhar
Que os problemas fugiam da mente
E nem a mais ardilosa serpente
O conseguiria tentar a desacreditar.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Cansado, tirou férias..

Cansado da insignificância que tinha
diante das pessoas a quem dava tanta importância,

Decidiu férias tirar,
Talvez para mudar, talvez para descansar
Mas acima de tudo para investir em si.

Depois voltará,
Sem a fé nos outros perder
E sem deixar de acreditar
Que a vida pode ser boa de viver

Pensamentos perdidos

Perdido nessa imensidão
Mesmo no meio dessa multidão
Me acompanhas novamente,

Julgamentos que ferem aos outros,
Que vêm não sei de onde ou para que,
E interferem no meu e no seu jeito de ser,

Nesse mar de hipocrisia,
Quão grande seria minha alegria,
Se o auto-julgamento viesse
Com a facilidade que o dos outros se tece

Mas tu me entendes, não é?
Por isso não me abandonas e se faz presente,
Mesmo quando todos são ausentes,

Falta sinceridade,
Solidariedade,
Reciprocidade, amor e
Consideração

Busquemos a nossa redenção.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A rotina, a labuta, o ônibus e as pessoas

Não que seja costumeiro, mas decidi mudar um pouco a rotina pra tentar entender um pouco da loucura diária em que vivemos. Assustei com o que vi. Levantei cedo como sempre e fui dar minha caminhada, que agora mudou o local porque mudei de endereço. Dei minhas topadas e voltei pra casa, tomei meu banho, me vesti, tomei meu café e decidi sair de casa. Estou de férias e decidi sair de casa cedo e pegar um ônibus, na hora boa mesmo, aquela que você sabe que não tem espaço pra respirar direito dentro do ônibus quanto mais sentar. Sorte é conseguir entrar, fora o tempo que se gasta esperando o ônibus na parada. Vesti roupas comuns, não me atrevi a me arrumar demais para não passar mais calor do que já imaginava que ia enfrentar e enfrentei. Fui até a parada que fica em frente ao extra da Epitácio Pessoa e esperei para pegar um ônibus, decidi pegar um dos circulares para aproveitar e conhecer a cidade em que moro, porque não conheço quase nada, mea culpa. Esperei uns 15 minutos até que o 1500 passasse. Parada lotada, hora do trabalho, ônibus lotado. Fazia sol, eram 6:15 da manha e pareciam ser umas 10 horas, a temperatura dentro do ônibus engana qualquer um que esteja sem relógio e seja desnorteado, como um bêbado que encontrei na parte traseira sem passar a roleta que dormia como se estivesse na cama mais macia do mundo e transpirava toda a cachaça da madrugada passada. Nesse ambiente tão comum e diário encontramos todas as situações possíveis, desde pessoas como eu que querem pensar e passar o tempo, o rapaz embriagado dormindo até as pessoas que estão correndo pela vida que estão indo pra labuta diária ser exploradas e tentar viver nessa sociedade. Porém, a maioria vive situações tão parecidas, sentimentos tão próximos, realidades tão idênticas, mas não percebem e parecem que vivem isolados uns dos outros e foda-se o problema dos outros, mas isso é reflexo do que o sistema constrói. Uns 20 minutos depois, alguém sai empurrando naquele espaço gigante que temos em um ônibus lotado, o que incomoda bastante é claro, a pessoa que empurra sai gritando e pedindo para o motorista esperar porque vai descer. O motorista, que foi compreensivo, esperou e a pessoa desceu. Não sem escutar das pessoas presentes "se vai descer tem que ta na frente" "presta atenção" e por aí vai. Dois fatores são interessantes, o primeiro é não se tinha muito a escolher onde ficar no ônibus, na frente ou atrás, sorte de quem conseguia entrar e pronto, depois era engolido e cuspido onde tinha que descer empurrando e se amassando todo. A segunda é, será que ele não teria cochilado? Até porque muitos ali chegam muito tarde em casa e acordam muito cedo, estão mortos de cansados e cochilar na ida pro trabalho faz parte do sono essencial que se tem no dia, então um pouco de compreensão era necessário. Detalhe, ele pediu licença ao passar sim, não estou tentando justificar, mas que eu compreendera isso naquele momento e não tive mais a raiva instantânea tão comum.Continuamos a viagem. O ônibus não deixava de parar e lotar mais, temperatura nada agradável, suando como o bêbado só não transpirando a cachaça que não tomei na madrugada. Continuamos, as pessoas conversando, reclamando umas das outras e contando seus causos. Rotina e seguimos. Até que o engarrafamento começou e de repente todos viram para o mesmo lado da janela, um acidente. Pensei, será que alguém se feriu gravemente? O SAMU já presente e muitas viaturas também, deve ter sido grave, pensei. Enquanto isso, todos reclamavam com o motorista e gritavam pra acelerar e olhavam ao mesmo tempo curiosos, alguns passavam gritando e reclamando por atenção na direção. Pensei, é algo muito estranho, ao presenciarmos tais situações em que outras vidas podem estar sendo perdidas e tanto sofrimento causado, só consigamos pensar que a porcaria do trânsito não anda e que estou atrasado pra x ou y, mesmo que seja pro trabalho, são vidas ali, pessoas como eu ou você. Seguimos viagem depois de encarar 40 min para atravessar poucos metros. Superamos o transtorno. O motorista acelerando, acho que estava atrasado, tentando ultrapassar os carros para ganhar tempo, começou a furar paradas e a parar só quando pessoas queriam descer. É estresse grande e diário. Sempre com pessoas gritando "prestenção motô, ta carregando boi não". Seguimos em alta velocidade, o ônibus começou a ficar vago, já eram mais de 8 da manha, apesar de a temperatura continuar enganando parecendo ser no mínimo 12 hrs. O bêbado levantou-se de repente e foi passando, com mais facilidade, já havia lugares vagos. Pagou sua passagem enquanto passava os que continuavam no ônibus o olhavam julgando como se fosse um condenado a prisão perpetua, um estuprador ou algo do tipo. Sim, ele exalava um cheiro que incomodava um pouco, porém isso não definia o que ele passava e o que ele vivia. Os motivos que o levaram ao bar e a dormir naquele ônibus ninguém ali sabia e nem procurou saber, ele pediu a parada e descendo perguntou ao motorista onde estava o motorista nem olhou-o na cara e quando ele desceu acelerou. Antes disso, escutei ainda o "muito obrigado" que o rapaz bêbado soltou antes de saltar. Foi o único que escutei naquele dia e veio da pessoa que menos se imaginava, observei o rapaz pela janela enquanto o ônibus seguia viagem, ele sentara na calçada e começava a chorar. Seguimos viagem. Chegamos no ponto final, o cobrador avisou que não seguiriam viagem, desci, agradeci por ter conseguido chegar onde queria. Não, eu não queria chegar ao ponto final, mas tinha chegado não só ao local, mas os pensamentos chegaram a mim nessa manha como em nenhuma outra. Segui viagem de volta no próximo ônibus que peguei, mais cuidadoso e pensativo. Como falta compreensão e reconhecimento das pessoas para com o próximo ou com o distante, para com os amigos ou estranhos. Isso me assustou, mas segui minha viagem de volta um pouco mais calmo, mesmo que o calor só aumentasse e o estresse também. E depois disso tudo as pessoas só estão começando o seu dia a dia, o seu trabalho e vão se desgastar o dia inteiro, a semana inteira, até o fim da vida. Eu estou de férias, não estava tão preocupado com o tempo e com o que viria por isso, mas imaginei um pouco do que as pessoas enfrentam. Assim segui minha viagem até em casa tendo crescido muito mais do que imaginava e conhecido muito mais do que imaginei, talvez menos a cidade, mas conheci mais das pessoas. 

Julgamentos

Cansado da mediocridade,
Da falsa modéstia e da banalidade,
Cansado dessa sociedade,

Liberto-me da vaidade,
Sei das minhas verdades,
Vivo buscando a humildade,

Respeito se dá, mas não se ganha,
Nessa sociedade onde tudo se barganha,
Mas a alma não se engana.

O costume de mentir é tão comum,
Que as pessoas tentam se convencer,
Das próprias mentiras e por elas viver

Independente de Deus, Alá, Buda ou Iemanjá
Eu sou eu com minhas contradições,
Você é você com as suas aspirações,
Respeitemo-nos e vivamos novas emoções.

Permita-se amar e ser amado,
Ser sincero e aceitar,
Viva mais e julgue menos,
Assim, talvez, nos entenderemos.

Meu vício

Sentimento incontrolável,
Transpiro desejo de possuir,
e ser possuído por ti!

Insanidade tomou conta do corpo,
Mandou razão passear,
Ansiedade! Impossível controlar!

Esse mal que costumava me fazer tão bem,
Impregnou na minha mente e não tem tratamento,
Doutor já falou que desse vício todo mundo sofre,
Mas que dele não se morre.
Será Doutor?

Desde que meu amor foi embora,
Não sei se vivo estou, ou se agora sou
mais um na multidão, sem o seu amor
Que naquela hora foi-se e meu coração levou

Minh'alma agora vazia,
Espera o dia de te reencontrar,
Preenche-me mais uma vez,
Ressucita-me, da-me o sopro da vida
Que levaste quando me abandonou

Embriago-me no bar,
Procurando encontrar,
Consolo nos gorós,
Que não me abandonam como tu!

E cadê o amor que tanto me inspirou?
Cadê a alegria que me preenchia?
Disso tudo o que sobrou?
Só a monotonia de uma vida sem sentido,
Porque sem amor não se vive!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Dos amores e paixões

Ele que vive apostando na vida,
Que não deixa o medo de novas feridas,
Impedir de viver novos sonhos.

Anda calejado de tantos amores e paixões,
E hoje, mais uma vez com os olhos marejados,
Sofre calado a morte de mais um amor,
Paixão que apagou com o frio do inverno,
Mesmo assim, hoje, após sonhar com o que passou,
Nesse início de verão, levantou e se preparou,
Para a vida seguir, com a certeza
De que não foi o ultimo amor a ir
E que não foi o ultimo a chegar,

Nada tira a importância de todos os seus amores,
Mesmo que as lágrimas e as dores machuquem,
Ele não perde a lembrança de todos os momentos felizes,
Das brincadeiras, risadas e sonhos
Que a cada amor se renovam ou se reforçam
E assim na vida e morte das paixões e amores,
Ele se inspira nas lembranças,
Mesmo carregando as marcas do sofrimento,
Toda manha após a tormenta, ele levanta e
Renova as esperanças de encontrar um novo amor!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Dos amores e paixões, o que a vida ensina?

Dos amores e das paixões
Que se misturam nesse mar de ilusões
da vida.
Criam-se teorias, teoremas, leis e razões,
Inúteis! É a vida!
Ensinam a procurar o eterno amor,
As paixões lindas com seu fogo sedutor,

O que não ensinam é o que fazer
Com a dor do desamor,
Com a amarga sensação de viver,
O frio da solidão,
é a vida!

Ainda que procure-se razão no amor e na dor,
No frio e no calor das paixões,
Nos outonos, invernos, primaveras e verões
A vida ensina, e como ensina!

Viver os amores e paixões tornou-se mais complexo
Nesse nexo de expectativas e frustrações incalculáveis
E na desimportância que tem o viver o que se pode,

Tempos infelizes que criam pessoas infelizes,
Arrastando-as para os bares e para os mares atrás da consolação
De que nunca viverão o eterno amor e a eterna chama que deve ser conservada,
Mas que não passam de conversa fiada,

O eterno se vive várias vezes durante a vida,
Mas a vida ensina isso, está diariamente ensinando!

As linhas escritas, o que contam?

Não escrevo linhas certas nem retas, 
Não as procuro viver, 
Na torta caminhada da vida,
O que me resta é abrir a porta e escrever
O que vivo e o que queria viver, 
O que sonho e o que estou a procurar, 
As frustrações e expectativas que me motivam,
Que em grande parte não se realizam,
Mas que me constroem e me destroem,
Que aos olhos alheios são insignificantes, 
Mas que internamente são edificantes do ser ou não ser,
Que as minhas linhas incomodem ou não, 
Que sejam belas ou não, 
Que falem por si e por mim,
E que me ajudem a encontrar e a construir, 
O que eu sou e o que vai vir! 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Tempos melhores

Sufoquei
Resisti até o fim
Mantive a esperança
Não adiantou, vomitei!

Levantei
Pronto para recomeçar
O resto ficou na lembrança
Corri, não exitei

Cansado,
Não engoli as falsas verdades,
Sufocado pelas deslealdades,
Vomitei com sinceridade,

O que restou foi a esperança,
De tempos melhores,
E que esse tempo passe
Ficando só a lembrança..

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Alimento da alma

E nesse mar de ilusões
busco por forças
que me curem das
Desilusões! Dos amores e
paixões cegas,
platônicas que as vezes
parecem/são(?) randômicas.
Ah,
mas esse poeta sabe
que a necessidade de amar,
supera a de viver!
Mesmo que esse aparente(?)
círculo vicioso de desilusão
que tanto maltrata o coração
pareça infindável.
Ele sabe,
que o corpo
necessita de beber água
e do ar para respirar
assim como do amor,
Com ou sem dor,
necessita a alma se alimentar!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

"No meio do caminho havia uma pedra" e muito mais coisas a enxergar!

E na minha rotina, que acredito ser comum a muitas pessoas, levantei. Como sempre, o despertador tocou às quatro horas, porque o soneca é sempre ativado, logo às quatro e quinze consegui levantar. Tomei banho, me arrumei, comi uma banana e fui para a caminhada/corrida matinal que tanto bem faz a saúde. Consegui assim sair de casa às quatro e quarenta e cinco, meio escuro ainda, mas é o horário que tenho para caminhar já que os compromissos no dia-a-dia me impedem de ir outro horário, seja por estar ocupado ou cansado demais. Sai de casa, como sempre dei duas voltas na chave por segurança ou por mania? Não sei muito bem o porque de certos hábitos, me alonguei na calçada em frente ao prédio que moro, o qual se localiza no bairro de Jaguaribe próximo ao Centro. Com essa localização o meu trajeto é sempre uma caminhada de 10 minutos até a lagoa (Parque Solon de Lucena) lá dou uma corridinha e volto caminhando. Mas nesse dia notei algo diferente e me lembrei de um poema do Drummond "no meio do caminho". Não sei se por estar meio escuro e eu ter um jeito de andar meio desajeitado arrastando os pés, o que me faz tropeçar muito. Portanto, depois de me alongar comecei a caminhada, nesse dia, como nos outros, havia uma espécie de neblina, acho que por conta do horário, que com a falta da claridade que tornava o caminho um pouco mais difícil de enxergar. Fui como sempre devagar, afinal eram quatro e cinquenta da manha aproximadamente e na noite anterior eu me deitara as duas. Segui o caminho de sempre, desci pela Rodrigues de Aquino para quando chegasse na altura da Lagoa descer para dar a corridinha. Na ida passei em frente aos prédios do poder público que ficam no Centro, porém nessa caminhada tropecei a primeira vez, não lembro qual dos prédios era, mas tropecei. Lembrei! "tinha uma pedra", não sei muito bem o porque, mas lembrei e continuei a pensar enquanto caminhava no poema, tropeço novamente. Penso comigo "sou muito desastrado, preste atenção nas pedras no meio do caminho". Continuei e tropecei novamente, comecei a me irritar, porque quem topa por aí sabe como é irritante. Porém as topadas não doíam e não escutei nenhuma das pedras rolarem depois da topada. Me intriguei, mas continuei a caminhada com mais cautela. Escutei um barulho que não era de pedras rolando nem de carros ou motos, logo apressei o passo e tropecei mais uma vez antes de passar por ali. Cheguei a lagoa sem mais tropeçar e corri. Voltando já estava mais claro e a neblina tinha se dissipado, logo pensei que conseguiria enxergar as pedras e delas me esquivar dessa vez. E o poema seguiu em minha mente "no meio do caminho tinha uma pedra". Quando cheguei na altura de onde os tropeções haviam ocorrido, prestei bem atenção e me espantei! Me senti incomodado. Passando pelo prédio vi um segurança do prédio público que ficava no local enxotando uma dúzia de pessoas que dormiam ali, as vi levantando, pegando os papelões e havia um bebê chorando. Percebi aí que eu não havia tropeçado em pedras, mas que o que tinha no meio do meu caminho eram pessoas. E que não havia neblina, mas sim uma ignorância que não me permitia enxergar. Não pensei em momento nenhum em julgar aquelas pessoas, tive raiva de mim e da sociedade que constrói esse cenário. E nesse dia o poema ganhou um novo sentido, porque
"nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida das minhas retinas fatigadas
nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra" e muito mais coisas a enxergar.

Nilson Ribeiro

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A sociedade...

Eu,
Eu.

Eu!
Eu?!

Eu

não.
espero.

quero.
mando.

sei.

Do meu umbigo!

Essa vida, nesse mundo

Que esse mundo não mate meus sonhos,
Que as pessoas não me desiludam a esse ponto,
Que as incoerências não me consumam,
Que a vida siga seu percurso e eu a construa,
Que eu não viva no limbo e tenha consciência,
De que o raio cai sim no mesmo lugar!
De que nem tudo na vida explica a ciência,
Que isso não consiga me desestimular,
Que o que acredito não perca seu lugar,
E eu consiga continuar a lutar!
Que as decepções não me consumam,
Que elas me ajudem e me construam,
Porque a vida é dinâmica e cheia de mudanças,
Mas a vida também é perseverança,
E que nesse mundo cheio de hipocrisia,
Eu não perca o mínimo da alegria e da esperança!